terça-feira, 11 de outubro de 2011

VARGAS - UM TIRO NO PEITO

     Em 1953, o alto custo de vida e a inflação começaram a gerar instabilidade no governo. A situação desagradava á classe média, mas afetava principalmente os trabalhadores. O salário mínimo, decretado em 1943, por exemplo, permaneceu congelado até dezembro de 1951, quando houve um pequeno reajuste, o que não resolveu o problema. No primeiro semestre de 1953, os trabalhadores desencadearam um série de lutas, que culminaram numa greve de 300 mil pessoas em São Paulo.
   Para  tentar contornar a situação, Vargas reformulou seu ministério. Nomeou Tancredo Neves para o Ministério da Justiça e João Goulart para a pasta do Trabalho. A indicação deste último, que possuía bom trânsito ente as lideranças sindicais, revelava o interesse do governo em melhorar sua imagem com os trabalhadores.
   Em maio de 1954, Vargas decretou o aumento do salário mínimo em 100%. Nem assim as criticas cessaram.
   A oposição decidiu então pedir o afastamento do presidente. Os ataques mais contundentes partiam de Carlos Lacerda, jornalista e político que ganhou rápida projeção na UDN. No dia 5  de agosto, Lacerda sofreu um atentado no Rio de Janeiro e ficou ferido no pé. No episódio, morreu seu segurança, o major da Aeronáutica Rubens Vaz da Costa.
   Durante as averiguações descobriu-se que o mandante do crime era o chefe da guarda pessoal de Vargas, Gregório Fortunato. Os resultados da investigação provocaram indignação geral e surgiam numerosas manifestações exigindo a renúcia do presidente.
   Na noite de 23 de agosto, o presidente reuniu seu ministério para discutir a crise. Tentou resolver o impasse, sugerindo seu afastamento temporário do cargo, a título de licença, mas os militares recusaram a proposta e insistiram na renúncia. No dia seguinte, Vargas se suicidou com um tiro no coração. Deixou uma carta em que afirmava " Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.

Nenhum comentário:

Postar um comentário