quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A REVOLUÇÃO DE 1930

     Em 1929, o presidente Washinton Luíz, do Partido Republicano Paulista (PRP), que sucedera Artur Bernardes (mineiro), lançou a candidatura de Júlio Prestes para sua sucessão. Júlio Prestes era governador de São Paulo. Sua candidatura rompia o acordo com o Partido Repúblicano Mineiro (PRM), segundo o qual, depois de um paulista na presidêmcia da República, um mineiro deveria assumir o cargo, mantendo a política do " café-com-leite ".
    A reação dos mineiros foi aliar-se ao Rio Grande do Sul e á Paraiba, formando a Aliança Liberal, que lançou o nome do governador gaúcho Getúlio Vargas, a presidência da República.
    O programa da Aliança Liberal era inovador. Prometia atender ás reivindicações operárias, anistiar os tenentes condenados por rebeliões e moralizar a vida pública, adotando o voto secreto. Com essas propostas, Vargas atraia a simpatia das classes trabalhadoras e o apoio dos tenentes e do Partido Democrático de São Paulo (PDS). Mesmo  assim, perdeu para Júlio Prestes nas eleições de março de 1930. Em julho, um fato novo mudou completamente o rumo dos acontecimentos. Por motivos particulares, o candidato a vice-presidente na chapa de Vargas, João Pessoa, ex-governador da Paraíba, foi assassinado no Recife.
    Antes  do episódio, o setor mais radical da Aliança Liberal, formado pelos tenentes, já queriam pegar em armas para chegar ao poder, caso Vargas fosse derrotado. Depois das eleições, essa idéia foi deixada de lado temporariamente, mas o assassinato de João Pessoa reacendeu os ânimos. Nesse momento, Vargas, que relutava em liderar um movimento armado, aceitou chefiar a revolução, apoiado pelos tenentes, que tinham experiência nesse tipo de ação. O único que ficou fora foi Luís Carlos Prestes, que havia aderido ao marxismo.
    Na tarde de 3 de outubro de 1930, a revolução eclodiu simultaneamente no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, sob o comando militar do coronel Góis Monteiro. Na madrugada do dia seguinte, irrompeu também na Paraíba, onde as forças revolucionárias seguiam a liderança de Juarez Távora. A seguir chegou em Pernambuco e a outros estados, espalhando-se rapidamente por todo o país. Vinte dias depois, em 24 de outubro, o alto-comando militar do Rio de Janeiro depôs o presidente Washington Luís e entregou o poder aos líderes revolucionários. No dia 3 de novembro, Vargas anunciou a formação de um governo Provisório e prometeu uma nova era para o Brasil.

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