sexta-feira, 18 de outubro de 2013

TOMADA DO RIO DE JANEIRO PELO CORSÁRIO RENÉ DUGUAY-TROUIN

   Um dos exemplos da recorrente presença francesa na América portuguesa foi a tomada do Rio de Janeiro por René Duguay-Trouin ( 1673-1736 ) no início do século XVIII. Por não ter objetivo de conquista territorial e sim de obtenção de riquezas, a ocupação durou apenas cinquenta dias. Com uma frota de 17 navios e acompanhado de cinco mil homens, o corsário francês, aproveitando uma neblina incomum que favoreceu a empreitada, se aproximou da Baía de Guanabara em 12 de setembro de 1711, penetrando na cidade.
   Surpreendida pela invasão, a população se escondeu nas florestas, deixando a área livre, de maneira que Duguay-Trouin pôde invadir suas fortalezas. Depois disso, começaram as negociações do resgate: o corsário havia exigido 12 milhões de cruzados, mas recebeu apenas 610 mil cruzados em ouro, cem caixas de açúcar e duzentas cabeças de gado. Os franceses retornaram em 13 de novembro de 1711.

REBELIÕES ANTILUSITANAS

   Pouco depois da abdicação de D. Pedro I,  a crise política e econômica gerou insatisfação em todo país. Um dos momentos de explosão desse descontentamento  em Pernambuco e no Maranhão foi a Setembrada. O objetivo da revolta era expulsar de vez os colonos portugueses das terras brasileiras. As agitações foram rapidamente reprimidas, sobretudo pela falta de planejamento dos revoltosos.
   O conflito teve maior força em São Luís, onde a principal reivindicação era a expulsão dos portugueses que ocupavam postos nas milícias e na administração. E também a expulsão dos padres franciscanos. A revolta estourou no dia 12 de setembro de 1831, no quartel de Ourinhos. Já no Recife, o movimento começou numa guarnição do Exército dois dias depois. Os soldados da tropa de linha, apoiados por uma parcela da população civil, saquearam casas comerciais, principalmente as que pertenciam a portugueses. A Setembrada, que não tinha orientação política definida, foi rapidamente sufocada por tropas da milícia, resultando na prisão e mesmo na morte de centenas de revoltosos.

sábado, 12 de outubro de 2013

DI CAVALCANTI

   Nascido em 6 de setembro de 1897 no Rio de Janeiro, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, foi um dos principais nomes da Semana de Arte Moderna de 1922. Demonstrou desde cedo interesse pelas artes plásticas, e depois da morte do pai, em 1914, conseguiu seu primeiro emprego como caricaturista na revista Fon-Fon.
   Embora tenha estudado direito, nunca abandonou a pintura e o desenho. Pouco depois de ter criado o catálogo e o programa da Semana de Arte Moderna de São Paulo, fez sua primeira viagem à Europa, em 1923. Morou em Paris, onde conheceu diversos artistas e intelectuais, como Pablo Picasso e Jean Cocteau. Ao retornar ao brasil, ingressou no Partido Comunista. Em 1932, durante a Revolução Paulista, foi preso pela primeira vez. Em 1952, participou da I Bienal de São Paulo.
   Di Cavalcanti chegou a receber indicação do presidente João Goulart para ser adido cultural na França. Apesar de não ter assumido o cargo por conta do golpe militar de 1964, o artista já era conhecido internacionalmente, viajou pelo mundo com suas obras até sua morte, em 26 de outubro de 1976.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MARCO DO DESCOBRIMENTO

   A expedição de Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil em abril de 1500, não trazia um marco para assinalar a posse da terra pelo rei de Portugal. Esse símbolo, uma pedra com as armas de Portugal, Só foi fincado por aqui em 1503 por outra expedição, comandada por Gonçalo Coelho. Tempos depois, a relíquia se perdeu, ficando desaparecida até 1980. Nesse ano, foi descoberta em um lugar inesperado: servia de apoio para corte de carne em um açougue de Porto Seguro.

A ABDICAÇÃO E A SUCESÃO PORTUGUESA

   Entre 1832 e 1834, D. Pedro conduziu uma guerra para restituir o trono à sua filha Maria da Glória, aclamada rainha constitucional de Portugal, mas destituída de seu direito pelo próprio tio e noivo, D. Miguel, irmão de D. Pedro. Com a morte de D. João VI, em 1826, o filho mais velho e herdeiro do trono de Portugal era ninguém menos que o primeiro imperador do Brasil, justamente aquele que havia proclamado a independência da mais rica colônia portuguesa. Para muitos era um traidor que contrariava os interesses portugueses. No Brasil a situação de D. Pedro também era bastante precária, uma vez que, como rei de Portugal, ele praticamente reunificava a recém liberdada colônia à sua metrópole. Não podia acumular as duas coroas.
   Ele elaborou uma constituição para Portugal e abdicou em nome de sua filha, que se tornou Maria II. A pequena Rainha, com sete anos, foi então prometida em casamento a seu tio. D. Miguel, com quem deveria reinar e governar Portugal. Mas D. Miguel decidiu não esperar que a sobrinha crescesse para se tornar apenas príncipe consorte e, com apoio austríaco, tomou o poder. D. Pedro passou a apoiar os aliados liberais que faziam oposição ao regime miguelista, para restituir a Constituição e a coroa a D. Maria II. Como imperador do Brasil, passou a ser acusado de se preocupar mais com os interesses portugueses do que com os brasileiros, de desviar recursos para a " causa da rainha ", enquanto os cofres públicos brasileiros se esvaziavam. Após abdicar, ele pôde se dedicar à guerra em que liberais e absolutistas disputaram o poder  o poder do pequeno Estado lusitano.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

SOCIEDADE DE AGRÍCOLA E PECUÁRIA DOS PLANTADORES DE PERNAMBUCO

  Na década de 1950, um grupo de camponeses que vivia no Engenho Galileia, localizado em Vitória de Santo Antão  na Zona da Mata de Pernambuco, tinha dificuldade para pagar o foro, um espécie de aluguel cobrado mensalmente pelo uso da terra. A pobreza era tanta que, na hora de transportar seus mortos até a sepultura, era preciso pegar caixão emprestado com a prefeitura, e a devolução tinha que ser feita após o sepultamento. Eles criaram, então, uma associação de ajuda mútua a ( SAPPP ).
   O dono do Engenho Galileia, Oscar Beltrão, foi convidado para ser o presidente de honra da Sociedade, mas retirou o apoio após ser alertado por outros donos de engenho sobre uma possível motivação comunista naquela organização. Ele acabou ordenando que o movimento fosse encerrado. Os camponeses não obedeceram e buscaram o apoio de políticos de entidades públicas no Recife.
   A comissão procurou o deputado Francisco Julião, que aceitou defender os interesses dos foreiros.