quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A ABDICAÇÃO E A SUCESÃO PORTUGUESA

   Entre 1832 e 1834, D. Pedro conduziu uma guerra para restituir o trono à sua filha Maria da Glória, aclamada rainha constitucional de Portugal, mas destituída de seu direito pelo próprio tio e noivo, D. Miguel, irmão de D. Pedro. Com a morte de D. João VI, em 1826, o filho mais velho e herdeiro do trono de Portugal era ninguém menos que o primeiro imperador do Brasil, justamente aquele que havia proclamado a independência da mais rica colônia portuguesa. Para muitos era um traidor que contrariava os interesses portugueses. No Brasil a situação de D. Pedro também era bastante precária, uma vez que, como rei de Portugal, ele praticamente reunificava a recém liberdada colônia à sua metrópole. Não podia acumular as duas coroas.
   Ele elaborou uma constituição para Portugal e abdicou em nome de sua filha, que se tornou Maria II. A pequena Rainha, com sete anos, foi então prometida em casamento a seu tio. D. Miguel, com quem deveria reinar e governar Portugal. Mas D. Miguel decidiu não esperar que a sobrinha crescesse para se tornar apenas príncipe consorte e, com apoio austríaco, tomou o poder. D. Pedro passou a apoiar os aliados liberais que faziam oposição ao regime miguelista, para restituir a Constituição e a coroa a D. Maria II. Como imperador do Brasil, passou a ser acusado de se preocupar mais com os interesses portugueses do que com os brasileiros, de desviar recursos para a " causa da rainha ", enquanto os cofres públicos brasileiros se esvaziavam. Após abdicar, ele pôde se dedicar à guerra em que liberais e absolutistas disputaram o poder  o poder do pequeno Estado lusitano.

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