quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A ESQUERDA ARMADA NO BRASIL

    O endurecimento do governo levou muitos adversários do regime a desistir da oposição legal, acreditando que todos os canais democráticos haviam sido fechados. Incentivados pelo exemplo vitorioso da guerrilha em Cuba, esses opositores partiram para a luta armada.
     Um dos acontecimentos que marcaram o início da luta armada foi a organização da Ação Libertadora Nacional (ALN) por Carlos Marighella, antigo militante comunista. Outros grupos se formaram logo em seguida, como o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e a Vangarda Popular Revolucionária (VPR). A luta se concentrou principalmente nas cidades, por isso ficou conhecida como guerrilha urbana.
    No começo de 1969, a esquerda armada ganhou mais um reforço, com a adesão de Carlos Lamarca, um capitão do Exército. Lamarca, que era membro da VPR, fugiu do quartel de Quitaúna, em Osasco, São Paulo, onde servia, levando consigo grande quatidade de armas.
    Os   grupos de esquerda passaram a assaltar bancos, com o bjetivo de financiar a luta armada e garantir a sobrevivência dos militantes. Entretanto, a guerrilha urbana não conseguiu apoio popular, pois a ditadura militar fazia forte propaganda nos meios de comunicação, retratando os guerrilheiros como terroristas. O isolamento desses grupos permitiu que, em  poucos anos, eles fossem liquidados pelos órgãos de repressão.
    Ainda em 1969, os grupos armados intensificaram suas ações. Em setembro, a ALN e o MR-8 sequestraram  o embaixador dos Estados Unidos para forçar os militares a libertar quinze presos políticos.
    Diante   das pressões, o governo acabou cedendo. Com base no AI-5, baixou uma lei que estabelecia a pena de banimento - aplicada a todos os que representassem perigo á segurança nacional - e a pena de morte. Os primeiros banidos foram justamente os presos trocados pelo embaixador norte-americano.
    Além da imposição de leis arbitrárias, os militares aperfeiçoaram os órgãos de repressão, criando, entre outros, além do Departamento de Ordem Política e Social (DOPs), que já existia, o Departamento de Operações Interna (DOI_codi). Esses órgãos eram responsáveis por prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de centenas de presos políticos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário