domingo, 2 de outubro de 2011

A REPÚBLICA DA ESPADA (1889- 1894)

    Convocada logo nos primeiros dias do novo regime, a Assembléia Constituinte só deu início a seus trabalhos em novembro de 1890. Três meses depois, a Constituição, inspirada na Carta norte-americana, estava pronta. Revisada por Rui Barbosa, o texto constitucional instituía uma República federalista presidencialista, delegando maior autonomia aos estados. Em 24 de fevereiro de 1891, depois de votada pela Assembléia, a Constituição republicana entrou em vigor.
     No dia seguinte, a Assembléia elegeu o marechal Deodoro da Foseca presidente da República. Para vice foi eleito outro militar, o marechal Floriano Peixoto. Segundo a Constituição, os presidentes seguintes deveriam ser escolhidos por voto direto, podendo participar das eleições apenas homens com mais de 21 anos e alfabetizados. A seguir, a Assmbléia Constituinte transformou-se em Congresso Nacional, constituído pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
    Desde  o início de seu governo, Deodoro enfrentou forte oposição no Congresso.  Os parlamenteres acusavam-no de autoritário e, em agosto de 1891, tentaram aprovar uma lei limitando  os poderes da presidência. Em 3 de novembro, Deodoro fechou o Congresso e decretou estado de sítio. Essa reação autoritária desencadeou uma rebelião liderada pelo almirante Custódio de Melo. Com os navios de guerra apontados seus canhões para a cidade do Rio de Janeiro, os revoltosos exigiam a renúncia do presidente. Sem apoio suficiente e disposição para reagir, Deodoro deixou o cargo em 23 de novembro de 1891.
    Empossado na Presidência, Floriano Peixoto entregou o  ministério da Marinha a Custódio de Melo e tentou governar com o apoio do Partido Republicano Paulista. O clima político, no entanto, não era de conciliação. Floriano contava com a simpatia de setores radicais e nacionalistas e  das camadas médias urbanas- os chamados Jacobinos-, mas era considerado autoritário pelas elites rurais. Em fevereiro de 1893, a crise entrou em sua fase mais aguda, com a eclosão da Revolução Federalista, no rio Grande do Sul. Os rebeldes exigiam o afastamento do governador gaúcho, o positivista Júlio de Castilho, e a diminuição dos poderes do presidente, com a instituição do parlamentarismo.
    Sete meses depois de iniciada a Revolução Federalista, o almirante Custódio de Melo, que nesse meio tempo havia se afastado do ministério e de Floriano, declarou-se novamente em estado de rebelião. O marechal precisava apagar, agora, dois focos de incêndio: a rebelião dos gaúchos e a Revolta da Armada, na baía de Guanabara.
    Para neutralizar a força de seus adversários, Floriano passou a acusá-los de monarquistas. Dessa forma, conseguiu o apoio  do Exército, do PRP e dos presidentes (atuais governadores) dos estados. Ao mesmo tempo, mobilizou grande parte da população carioca. Em abril de 1894, a Revolta da Armada foi sufocada, e no ano seguinte, já sob o governo de prudente de Morais, a Revolução Federalista chegou ao fim.

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