sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O GOVERNO GEISEL

   Ernesto  Geisel, tomou posse na Presidência no dia 15 de março de 1974, para um mandato de cinco anos.
  Geseil  tinha um perfil diferente de seu antecessor. Sua eleição significava o retorno ao poder da linha mais moderada entre os militares.
  O novo presidente anunciou que pretendia avançar, aos poucos, na direção de um regime democrático. Segundo ele, seria uma abertura lenta, gradual  segura. Não era tarefa fácil, pois a oposição crescia nas grandes cidades e a linha dura controlava os órgãos de repressão.
  Os limites da abertura política imaginada pelo governo vieram á tona quando o jornalista Wlademir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura, apareceu morto no quartel do II Exército, em São Paulo, no dia 25 de outubro de 1975. O governo alegou que ele tinha se suicidado, mas na verdade - e isso seria confirmado mais tarde - Herzog havia sido morto em sessões de tortura. Poucos meses depois. no mesmo local, registrou-se a morte do operário José Manuel Fiel Filho. Novamente, o governo divulgou a absurda versão do suícidio.
  Os dois assassinatos foram interpretado pelo governo como sinal de que a linha dura,  estava descontente com a abertura política. Em represália, Geisel demitiu o comandante do II Exército e colocou em seu lugar um militar moderado, o general Dilermano Monteiro.
   Nas eleições minicipais de 1976, mais uma vez os resultados mostraram o crescimento da oposição. O governo reagiu e mudou as regras do jogo. Recorrendo aos poderes arbitrários que o AI-5 lhe dava, decretou o fechamento do Congresso e promulgou, em abril de 1977, o chamado " Pacote de Abril ". Pelas novas regras, um terço do Senado seria preenchidos pelos "senadores biônicos", isto é, senadores que passavam a ser eleitos indiretamente pelas Assembléias Legislativas estaduais. Foi alterado também o critário da proporcionalidade entre os estados quanto á representação na Câmara dos Deputados, aumentando-se a representação dos estados onde a Arena era mais forte. Por fim o mandato do presidente da República passou de cinco para seis anos.
  Geisel deu um passo importante no processo de abretura: revogou o AI-5. O governo não podia mais decretar o fechamento do Congresso, cassar mandatos, suspender os direitos políticos dos cidadões ou censurar a imprensa.
  A abretura planejada pelo governo refletia o aumento da oposição. E um dos sinais disso era o movimento sindical, que se manteve amordaçado durante anos e começou a ressurgir no fim da década de 1970.
  Sindicalistas      iniciaram uma campanha para recuperar as perdas salariais. O movimento resultou em grandes greves em 1978 e 1979, com a participação de milhares de trabalhadores.
  Essas lutas permititam o aparecimento de novos líderes sindicais, entre os quais Luiz Inácio da Silva, o Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, que se tornou símbolo da emergência dos trabalhadores na cena política,

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