terça-feira, 27 de setembro de 2011

A REVOLUÇÃO PRAIEIRA (1848)

     Pernambuco se destacava por sua forte economia açucareira e por longa tradição de revoltas políticas, que começaram com a luta contra os holandeses, em meados do século XVII. Em 1848, uma nova revolta eclodiu na região. De caráter liberal e federalista. Os líderes dos revoltosos pertenciam á facção mais radical dos liberais. Como seu ponto mais frequente de reunião era a sede do Diário Novo, localizado na rua da Praia, no Recife, o grupo passou a ser chamado de Partido da Praia, nome do qual derivaria o da própria revolução.
    No Recife, uma das fontes de descontentamento popular era o domínio que os portugueses ainda exerciam sobre o comércio local, para muitos a causa do alto custo de vida e do desemprego urbano. A situação levava os pernambucanos a exigir a nacionalização do comércio. Além disso, a insatisfação também era crescente em relação á crise da economia açucareira, o que criava um clima de críticas generalzadas á política imperial.
    A partir de 1844, os liberais estiveram no governo da província durante quatro anos, em 1848, os conservadores subiram ao poder no Rio de Janeiro, formando um novo gabinete. Como era praxe, nomearam conservadores para presidir as províncias. Em Pernambuco, o presidente liberal Chichorro da Gama foi destituído e o conservador mineiro Herculano Ferreira Pena assumiu o cargo. A resposta do Partido da Praia foi pegar em arma para derrubar o  governo.
    Do Recife, o movimento se propagou para a Zona da Mata (região em que se concentravam os engenhos de açúcar), onde um líder popular, Pedro Ivo, mobilizou boiadeiros, pequenos arredatários, escravos libertos, caboclos e índios, ao lado de soldados profissionais. Com eles, passou a fustigar as forças do governo. Os rebeldes chegaram a ocupar parte do Recife, mas não conseguiram depor o governo conservador. Para divulgar suas idéias, no dia 1° de janeiro de 1894 lançaram o Manifesto ao mundo, no qual reividicaram o sufrágio universal, a nacionalização do comércio varejista, a autonimia provincial, a liberdade de impresa e a extinção do poder Moderador. Não propuham, contudo, a formação de  uma República e , assim como nas rebeliões de 1817 e 1824, silenciaram sobre a questão do trabalho escravo.
    No início de 1850. o governo central conseguiu sufocar a revolta, empregando tropas regulares apoiada nas forças da Guarda Nacional. Depois de um ano e alguns meses de combate em toda a província. Pedro Ivo e outros líderes foram presos.

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