sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A GUERRA DOS MASCATES

      Entre 1710 e 1711, nova crise eclodiu entre os colonos, desta vez em Pernambuco. A causa imediata do conflito, foi o descontentamento dos senhores de engenho residentes em Olinda com a elevação do Recife á condição de vila.
      O Recife era uma freguesia (espécie de bairro) subordinado a Olinda. Desde a ocupação holandesa, conhecia rápido desenvolvimento, graças sobretudo ao movimento de seu porto. Em Olinda, principal vila da capitania pernambucanaresidiam muitos senhores de engenho da região. No Recife, em contra-partida, moravam os comerciantes,  geralmente portugueses.
       A relação entre comerciantes e senhores de engenho era conflituosa. Embora fossem homens ricos, os donos de engenho precisavam, com certa frequência, contrair empréstimos junto aos comerciantes do Recife, pois estes movimentavam grandes somas de dinheiro em suas atividades. Os donos de terras, em geral, consideravam-se nobres e desprezavam as pessoas que viviam do comércio. Por isso, apelidaram os recifeses de mascates.
        Em 1710, o rei de Portugal elevou o Recife á categoria de vila. Em novembro do mesmo ano, os olindenses invadiram a antiga freguesia, destruíram o pelourinho recém construído e nomearam um novo governador. Lançaram, então, um manifesto no qual faziam uma série de exigências, como a anulação do ato que criava a vila do Recife,  a não fixação de novos tributos e a extinção das dívida dos senhores de engenho junto aos comerciantes.
         Um dos líderes da revolta, Bernardo Vieira de Melo, chegou a sugerir que Pernambuco se separasse de Portugal e adotasse a república como regime de governo. A proposta era muito avançada para a época: pela primeira vez alguém formulava a idéia de emacipar parte da colônia dos laços que a prendiam a Portugal.
          A reação dos mascates veio em junho de 1711, seguiu-se um período de intensos combates, com vitórias de ambos os lados. As hostilidades só tiveram fim com a nomeação, pelo Rei, de um novo governador. Bernardo Vieira de Melo e outros outros líderes de Olinda foram presos e tiveram seus bens confiscados. Confirmado  na condição de vila, o Recife acabaria conquistando a supremacia sobre sua irmã e rival.

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