sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O AÇÚCAR NO BRASIL

                Antes de ser cultivada na América potuguesa, a cana-de-açucar fez um longo caminho desde que saiu da Ásia, de onde é originária. Trazida para o oriente pelos árabes, no século XIII  já era cultivada no sul da península ibérica- regiões, então, sob domínio muçulmano. Consta que, em 1300, já se vendia na Europa o açucar produzido na península Ibérica. Produzido em pequena quantidade, era um artigo extremamente caro, considerado uma especiaria. Segundo o historiador Caio Prado Júnior, "o açucar entrava até nos enxovais de rainha como um dote valioso".
               Com o início das expedições marítimas, os portugueses indroduziram o cultivo da cana nas ilhas do Atlântico. Inicialmente, o açucar fabricado nessa região era distribuído por comerciantes da península Ibérica, passando depois para as mãos dos flamengos.
            
                                                     AÇÚCAR    E    POVOAMENTO

                As primeiras mudas de cana foram trazidas para a América por iniciativa de Martim Afonso de Sousa e plantadas no núcleo fundado por ele em São Vicente.
                Em  seguida, tentou-se, com maior ou menor sucesso, produzir açucar  em várias capitanias. Quando a coroa criou o cargo de governador-geral, era o desenvolvimento da lavouraa canavieira que tinha em mira. O regimento de Tomé de Sousa previa o incetivo dessa cultura por meio da concessão de vantagens aos colonos, como isenção teporária de impostos.
                 Plantada nas capitanias da Bahia e de Pernambuco, a cana-de-açucar consolidaria a colonização portuguesa na América. Algumas circunstâncias econômicas, históricas, geográficas e ecológicas se combinaram para que isso se tornasse possível. Entre elas:.
-a experiência portuguesa anterior nas ilhas do Atlântico;
-a existência, na colônia, de condições ecológicas apropiadas, sobretudo o clima tropical e o solo de massapê (terra argilosa, especialmente fértil para a cultura da cana-de-açucar);
-a possibilidade de obtenção de créditos de banqueiros holandeses dispostos a financiar a produção e o transporte do açúcar  até portos europeus:
-o interesse de capitalistas flamengos em refinar na Holanda a maior parte do açúcar bruto produzido na colônia portuguesa e comercializa-lo na europa.
                 Já em meados do século XVI, Pernambuco e Bahia se tornaram os principais centros produtores de açúcar da colônia, as duas capitanias contavam com adeguado regime de chuvas e terras de boa qualidade próximas da costa ou de grandes rios.
                  Por volta de 1585, Pernambuco dispunha de 66 engenhos e a Bahia, de 36, de um total de 120 existentes na colônia. A produção anual chegava a 400 mil arrobas (ou 6 mil toneladas).

                                               O        ENGENHO

                  A unidade de produção era o engenho que era apenas o moinho onde se fazia a moagem da cana. A casa -grande ficava situada num local mais elevado das terras do engenho, residência do proprietário. Localizada nas proximidades, a senzala era a habitação coletiva dos escravos. A capela, local dos cultos religiosos e de encontro dos moradores dos arredores, completava o cenário do engenho.
                  A safra durava de oito a dez meses. O ritmo de trabalho era exaustivo. Realizada por escravos a jornada diária começava ás quatro horas da  d tarde, prosseguindo até as dez horas da manhã do dia seguinte. Fazia-se, então uma pausa para a limpeza e a mutenção do  equipamento. Após um breve período de descanso, o processo recomeçava, era muito alta a mortalidade entre os escravos.


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