As cheias periódicas do rio Nilo transformaram o Egito numa espécie de oásis em meio ao deserto do nordeste africano. Elas são provocadas por chuvas abundantes que caem na nascente do rio, no interior do continente, e chegam ao Egito depois de atravessar uma extensão de terra de mais de 5 mil quilômetros.
As cheias começam no final de junho e atingem seu volume máximo em setembro; em seguida, o rio começa a baixar, voltando ao seu leito em dezembro. Com as cheias, as águas inundam uma grande extensão das margens e formam uma espécie de limo, o húmus, que torna as terras muito férteis.
Desde o período Neolítico, os grupos humanos que viviam nessa região perceberam que poderiam tirar proveito disso. Aprenderam que, ao serem plantados logo após o recuo das águas, os vegetais cresciam rapidamente e podiam ser colhidos antes do início da nova enchente.
Ao longo de muitas gerações, os egípcios foram aprimorando um amplo sistema de irrigação. Construindo diques e canais, aprenderam a controlar e a aproveitar ao máximo as inundações para o desenvolvimento da agricultura.
A importância das águas do Nilo para a população que vivia em suas margens era tal que os egípcios consideravam o rio um de seus deuses. No século VI a.C., o historiador grego Heródoto, refletindo sobre essa condição, chegou a afirmar que o Egito era uma "dádiva do Nilo".
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