De todas as sociedades do período que antecedeu as Grandes Navegações, nenhuma parecia mais poderosa do que a chinesa. sua população, um pouco superior a 100 milhões de habitantes, constituía mais do que o dobro da população da Europa. Uma burocracia treinada para as funções públicas dirigia sua administração de maneira unificada e disciplinada.
Muito antes do que na Europa, já no século XI fazia-se aí a impressão de textos com tipos móveis, o que permitia a publicação de um grande número de livros. O comércio e a produção artesanal, estimulados pela construção de canais e pelo crescimento da população, eram igualmente intensos.
Os chineses foram os inventores da pólvora e já fabricavam canhões no século XIII. Inventores da bússola, sua navegação e comércio de além-mar atingiram um estágio altamente desenvolvido. Em suas viagens de longa distância, os navios chineses, que mediam até 120 metros de comprimeto, chegaram a alcançar a costa da África.
A expansão naval da China durou pouco, porém. Em 1436, um decreto imperial proibiu a construção de navios de grande porte. A seguir, outro decreto interditou o comércio em alto-mar. Assim, no momento em que reunia condições para dar início a uma grande aventura transoceânica, a China decidiu voltar as costas para o mundo.