quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PRIMEIRA GUERRA - SEMEANDO UMA NOVA GUERRA

  Além de provocar incalculável destrruição material, a Primeira Guerra Mundial deixou um saldo de 9 milhões de mortos na Europa.
   A guerra marcou também o fim da hegemonia inglesa no mundo. Embora estivesse entre as nações vencedoras, a  Inglaterra perderia pouco a pouco sua supremacia para os Estados Unidos. Quanto à Alemanha, a humilhação que lhe foi imposta pelo Tratado de Versalhes seria fonte de ódios e ressentimentos entre o povo alemão. Criava-se assim, nesse país, um clima propício ao despertar de sentimantos extremistas, alimentados pelo ultranacionalismo germânico e pelo espírito de revanche. Esses sentimentos seriam capitalizados pelo Nazismo que, uma vez no poder, lançaria o mundo numa guerra mundial, muito mais destrutiva do que a anterior.

O TRATADO DE VERSALHES

  Em junho de 1919, vencedores e vencidos se reuniram nas proximidades de Paris para firmar o Tratado de Versalhes. Por imposição da França, o tratado foi assinado na Sala dos Espelhos do palácio de Versalhes, a mesma em que Bismarck havia proclamado o Segundo Reich alemão, em janeiro de 1871, após a derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana.
   Pelo acordo, a Alemanha perdeu a Alsácia-Lorena para a França e outras regiões para a Bélgica, a Tchecoslováquia e a Polônia. Além disso, foi criada uma estreita faixa de terra ligando a Polônia ao mar Báltico. Denominada corredor polonês, essa faixa atravessava o norte da Alemanha, cortando o país em duas partes.
   O tratado tinha também uma cláusula econômica-financeira, que obrigava a Alemnha a pagar pesada indenização em dinheiro, a título de "reparação de guerra", e a entregar parte de sua frota mercante, de suas locomotivas e de suas reservas de ouro ás nações vencedoras. Uma cláusula militar proibia que o governo alemão tivesse marinha de guerra, tanques e artilharia pesada, fixando seu exército em 100 mil soldados.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PRIMEIRA GUERRA - O FIM DO CONFLITO

   Depois de assinaram a paz com o governo bolchevique, os alemães concentraram suas forças na frente ocidental. A essa altura, o uso de novas armas - principalmente tanques e aviões - permitiu uma mudança radical nas táticas de combate. Introduzidos nos campos de batalha em 1916, os tanques rompiam facilmente as trincheiras, abrindo caminho para que a infantaria penetrasse em territorio inimigo.
    Em março de 1918, os alemães lançaram uma grande ofensiva na frenta ocidental, utilizando aviões, tanque e canhões de longo alcance. Em junho, chegaram a 46 KM de paris, onde foram detidos pelas desefas aliadas, reforçadas então por tropa e armamento norte-americano. A reaçao aliada imprimiu á guerra nova direção. Obrigados a recuar, sob intenso fogo do inimigo, os alemães começaram a perder aliados: Bulgária, Império Turco-Otomano e Austria, um apoós outro, retiraram-se da guerra. No segundo semestre de 1918, a situação militar da Alemnha tornou-se insustentável.
   Ao mesmo tempo, o bloqueio naval imposto pelos Aliados causava séria escassez de alimentos em território alemão, provocando manifestações de protesto em todo o país. Em novembro de 1918, a população de Berlim se sublevou contra o govermo monárquico, obrigando o imperador Guilherme II a abdicar. Formou-se então um governo provisório, sob a liderança do Partido Social Democrata (socialista moderado), que proclamou a República - conhecida como República de Weimar - e assinou um acordo de paz com os Aliados, suspendendo as hostilidades. Terminava, assim, a Primeira Guerra Mundial.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PRIMEIRA GUERRA - OS ESTADOS UNIDOS ENTRAM NA GUERRA

   Até o começo da guerra, os  Estados Unidos cultivavam uma política isolacionista, isto é, de não-intervenção nos assuntos europeus. Essa atitude mudou em abril de 1917, quando o presidente Woodrow Wilson declarou guerra á Alemnha, depois de vários navios mercantes norte-americanos serem afundados por submarinos alemães em águas internacionais.
    Nesse mesmo ano, a Rússia foi abalada por duas revoluções no curto período de nove meses. Em fevereiro de 1917, uma rebelião popular derrubou o monarca russo (ou czar),  que foi substituído por um governo liberal-burguês. Em outubro, outra insurreição popular, liderada pelo Partido Bolchevique( mais tarde partido comunista ), destituiu o novo governo e instaurou a ditadura do proletariado, que tomou a decisão de firma a paz com os alemãos.

PRIMEIRA GURRA MUNDIAL - O ESTOPIM

   Esse clima de exacerbação nacionalista e disputa imperialistas deu origem á formação de doi blocos antagônicos de nações. O primeiro a surgir foi a Tríplice Aliança, que reunia Alemanha, a Austro- Hugria e a Itália. Logo depois, foi formada a Tríplice Entente, aliança militar entre a Inglaterra, a Rússia e a França.
   As seis maiores potência da Europa estavam, assim, prontas para a guerra. Faltava apenas um pretexto para niniciar o confronto, e este surgiu no dia 28 de junho de 1914, quando um estudante sérvio assassinou a tiros o herdeiro do trono austríaco, o arquiduque Francisco Ferdinando, e sua  esposa, na capital da Bósnia, Sarajevo.
   A Austria culpou a Sérvia pelo assassinato e exigiu providência em relação ao caso. O governo sérvio não encontrou uma saída conciliatória que serenasse os ânimos depois do atentado, e a Áustria imediatamente declarou guerra á Sérvia.
   Em 30 junho, a Rússia mobilizou suas tropas contra a Áustria, em apoio à Sérvia. Em respopsta, a Alemanha entrou em guerra com a Rússia, para cumprir seus compromissos com a Áustria. No dia 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra á França e, no dia seguinte, deu início á sua ofensiva, invadindo o território da Bélgica, um país neutro. A violação da neutralidade belga foi o motivo alegado pela Inglaterra para declarar guerra à Alemanha, em 4 de agosto. Em Roma, o governo italiano se recusou e entrar no conflito, argumentando que seu compromisso com a Tríplice Aliança era apenas defensivo.
   A batalha do rio Marne, em 1914, inaugurou a chamada guerra de trincheira, na qual as forças inimigas se fixavam por longo tempo, frente a frente, em abrigos cavados na terra e protegidos por arame farpado, denominados trincheiras.
   A Rússia tomou a iniciativa na frente oriental, invadindo a Alemanha e a Austro-Hungria em 15 de agosto de 1914.
   Com a intensificação da luta, ostros países aderriram a um ou outro lado das forças de conflito. Com isso, a guerra ganhou caráter realmente mundial.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

BÁLCÃS - UMA REGIÃO EXPLOSIVA

    Os Bálcãs sempre foram um barril de pólvora prestes a explodir. Na região conviviam povos de diferentes formações étnicas e religiosas em conflito permanente. Além disso, sua posição estratégica - ligando a Europa ao Oriente - tornava o território fonte de disputa entre várias potências, interessadas em dominar o Mediterrâneo oriental, uma das mais importantes rotas comerciais da época.
   Até o começo do século XIX, toda a península estava sob o domínio do Império Turco-Otomano. A partir de então, as nações foram conquistando, pouco a pouco, a independência: a Grecia, em 1829; a Sérvia, Montenegro e a Romênia, em 1878; a Bulgária, em 1897; e a Albânia, em 1912. O forte nacionalismo na região acabaria levando as potências europeias a se enfrentarem na Primeira Guerra Mundial.

EUROPA - NACIONALISMO

   Ao longo do século XIX, o nacionalismo constituiu grande força política na Europa, capaz de mobilizar os povos na luta pela unidade territorial e pela afirmação dos valores e tradições nacionais.
   O nacionalismo europeu assumiu diferentes formas, segundo a região em que se manifestou. Na  França, deu origem ao revanchismo, provocado pela derrota na Guerra Franco-Prussiana. Propagandeado nas escolas, igrejas e na impresa, o revanchismo francês alimentava o nacionalismo militarista e o ódio aos alemães.
   O pan-eslavismo russo constituiu outro fenômeno importante e surgiu do dever, assumido pelo governo russo, de proteger os povos eslavos. Como grande nação eslava, a Rússia constantemente se envolvia em conflitos com o império Astro-Húngaro e Turco-Otomano, que tinham domínios nos Bálcãs, onde se localizava várias nações de mesma origem étnca, entre elas a Sérvia.
   Uma terceira forma adotada pelo nacionalismo na Europa foi o expansionismo sérvio, alimentado depois que a Rússia derrotou o Império Turco-Otomano em 1878, ano em que a Sérvia conquistou sua independência.
   Na Alemanha, o nacionalismo se manifestou na forma de pangermanismo, corrente ideológica que lutava pela reunião dos povos europeus de origem germânica sob liderança alemã.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

EUROPA - RIVALIDADES IMPERIALISTAS

  Os paises europeus de industrialização mais antiga, como a Inglaterra e a França, haviam ocupado no século XIX vastas regiões de outros continentes, formando enormes impérios coloniais. Enquanto isso, a Itália e a Alemanha, cuja unificação e desenvolvimento industrial se deram tardiamente, esforçavam-se para acompanhar suas rivais na partilha da África e da Ásia. Insatisfeitas com a parte que lhe coube na grande divisão dos dois continentes, ambas passaram a reividicar, por meio de pressões diplomaticas e militares, áreas do mundo colonial, desafiando a hegemonia da França e da Inglaterra.
   No fim do século XIX, os produtos industriais da Alemanha, unificada em 1871, ganhavam cada vez mais os mercados tradicionalmente dominado pela Inglaterra. Ao mesmo tempo, a engenharia e a indústria navais alemães ameaçavam a supremacia inglesa nos mares. A diplomacia alemã, por sua vez, exigia que houvesse uma nova divisão das imensas áreas coloniais, em grande parte ocupadas pelos ingleses.
  Para agravar a situação, em 1899 a Alemanha anunciou a construçao de uma ferrovia que ligaria Berlim a Bagdá, dando acesso a uma área de influência inglesa, valorizada prrincipalmente pela existência de jazidas de petróleo.
   Ainda maior e mais explosiva era a rivalidade entre a Alemanha e a França, alimentada por ressentimentos nacionalistas desencadeados pela derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana(1870-1871). Na década de 1900, os dois países travaram renhida disputa pelo Marrocos, rico em minérios. O episódio quase levou os dois países à guerra.

EUROPA - 1914

   A expressão Grande Guerra, cunhada para o conflito que pela primeira vez na história envolveu todo o planeta, se justifica pelas proporções que o confronto alcançou, pelo aparato bélico que foi mobilizado e pela destruição devastadora que provocou. As novas armas, fruto do desenvolvimento industrial, e os métodos inéditos empregados nos combates deram aos países capitalistas o poder quase absoluto de matar e destruir.
   Por volta de 1914, havia motivos de sobrra para o acirramento das divergências entre os países europeus. Era grande, por exemplo, a insatisfação entre as nações que tinham chegado tarde á partilha da África e da Ásia; a disputa ostensiva por novos mercados e fontes de materias-primas envolviam muitos governos imperialistas; e as tensões nacionalistas, acumuladas durante décadas, pareciam prestes a explodir. O que estava em jogo eram interesses estratégicos para vencer a eterna competição pela hegemonia na Europa e no mundo.

A BELLE ÉPOQUE

   Entre 1871 e 1914, durante a chamada belle époque, a sociedade européia, liberal e capitalista, passou por uma das fases de maior prosperidade. O desenvolvimento industrial trouxe para boa parte da população um conforto nunca antes experimentado, enquanto a ciência e a técnica abriam possibilidades inimagináveis de comunicaçao e transporte, com a invenção do telágrafo, do telefone e do automóvel.
  Entretanto, as disputas territorriais entre as potências e a má distribuição dos benefícios do progresso entre a população criavam um clima de instabilidade constante. O risco de um confrronto iminente pairrava no ar. Até que, em 1914, as previsões se confirmaram, com o início da "guerra que ia acabar com todas as guerras", como se costumava dizer na época. Na prática, não foi isso que o mundo assistiu. Outro conflito, maior e ainda mais devastador, iria eclodir 25 anos depois.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A GUERRA DO ÓPIO

   Durante muito tempo, a China permaneceu fechada a qualquer influência de outras regiões, sobretudo do Ocidente, procurando preservar intacta sua cultura milenar. Até o seculo XIX, por exemplo, apenas o porto de Cantão estava autorizado a comerciar com o Ocidente. Porém, em virtude de suas  grandes dimensões, o país era cobiçado pelas naçoes européias, que aguardavam apenas uma oportunidade para estender seu domínio sobre a região.
  Tentando criar essa oportunidade, comerciantes ingleses se dedicaram ao tráfico de uma droga muito consumida pelos chineses: o  ópio. A droga saía de Bengala, na Índia, e era introduzida ilegalmente na China, afrontando decisões do governo  chinês, que havia proibido sua entrada no país. Para coibir a atividade, a partir de 1839 as autoridades chinesas passaram a apreender e destruir os carregamentos.
    A medida serviu de pretexto para que os ingleses deflagrassem a Guerra do Ópio (1839-1842). O confronto teve consequências desastrosas para a China, que foi obrigada, entre outras exigências, a ceder a ilha de Hong Kong, abrir cinco portos ao comercio exterior e pagar uma indenização de guerra aos ingleses.
   Mais tarde, o país seria submetido a novas humilhações pela Inglaterra, que provocou duas guerras do ópio em 1856 e 1858. Depois de cada conflito, a China era forçada a pagar novas indenizações e a abrir outros portos ao comércio inglês. Alguns anos mais tarde, sobreveio a Guerra Sino-japonesa (1894-1895), na qual o país perdeu a Coréia e a ilha Formosa para o Japão.
   A expansão do Japão contrariou os interesses das potências ocidentais. Alegando que a China era incapaz de se defender, essas nações passaram a competir por concessões territoriais e privilágios econômicos no país. A partir de 1895, a China foi dividida em zonas de influências. Em cada uma delas, uma potência assumiu o direito de comerciar e fazer investimento, além de contar com a garantia de que a área não seria alienada em favor de outro Estado.

OS NOVOS IMPÉRIOS COLONIAIS

   Entre 1876 e 1915, cerca de um quarto da superfície continental do globo foi distribuído ou redistribuído, como colônia, entre meia dúzia de Estados. A Inglaterra aumentou seus territórios em cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados; a frança, em cerca de nove; a Alemanha conquistou mais de dois milhões e meio; a Bélgica e a Itália, pouco menos que essa extensão cada uma. os EUA conquistaram cerca de 250 mil, principalmente da Espanha; o Japão, algo em torno da mesma quantidade, á custa da China, da Rússia e da Coréia. As antigas colônias africanas de Portugal foram ampliadas em cerca de 750 mil quilômetros quadrados: a Espanha, mesmo sendo  uma perdedora líquida ( para os EUA), ainda conseguiu tomar alguns territórios pedregosos no Marrocos e no Saara Ocidental. Dentre os impérios coloniais, apenas o holandês não conseguiu, ou não quis, adquirir novos territórios, salvo por meio da extensão de seu controle efetivo ás ilhas indonésias, que há muito "possuía" formalmente.

O IMPERIALISMO

   O século XIX foi marcado principalmente por grande desenvolvimento tecnológico. Em 1856, por exemplo, o aperfeiçoamento de uma nova técnica na Inglaterrra tornou possível a produção de aço em grande escala e a preços relativamente baixos. Pouco depois o dínamo - uma máquina capaz de gerar energia elétrica - também seria aperfeiçoada. Seguiram-se, então, importantes invenções, como o motor a explosão, do automóvel movido a gasolina, da fotografia e do cinama. Todas essas inovações provacariam profundas mudanças no mundo e nas relações econômicas internacionais, ás quais se daria o nome de Segunda Revolução Industrial.
    A partir das últimas décadas do século XIX, verificou-se nos países indistrializados uma tendência á formação de grandes indústrias. Empresas de maior porte passaram a absorver as menores, eliminando a concorrência e promovendo a concentração de capitais. Surgiram também grandes bancos, capazes de controlar parte significativa do sistema de crédito. Mais tarde, essa organizaçao econômica seria denominada capitalismo monopolista.
   Para expandir seus lucros, os bancos e as grandees industrias pasaram a investir capitais em regiões da África, Ásia e América Latina, com o claro propósito de controlar fontes de matérias-primas e mercados consumidores. Esse fenômeno ficou conhecido como Imperialismo. Ao mesmo tempo, potências européias como a Inglaterra e a França se lançaram á conquista de vastos territórios na África e na Ásia, dando origem ao neocolonialismo.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

KU KLUX KLAN

    Em 1865 o Congresso norte-americano aprovou sucessivamete a 13ª e a 14ª emenda á constituição. A primeira abolia definitivamente a escravidão em todo o território norte-americano. A segunda estendia os direitos civis a todas as pessoas nascidas nos Estados Unidos ou naturalizdas norte-americanas, anulando as restrições a participação dos negros na vida política.
   Durante o governo do general Ulysses Grant, eleito em 1868, foi implementado o sufrágio universal, aprovado pelo Congresso. A medida concedia aos negros não só o direito de elgerem seus representantes, mas também o de se candidatarem a qualquer cargo eletivo. Com isso, pretendia-se pacificar a nação. Mas, nos antigos estados rebeldes, a medida teve efeito contrário, aumentando ainda mais o ódio racial, uma das heranças da Guerra de Secessão.
    Data de 1867, porém, o exemplo mais forte de segregação racial no Estados Unidos : A Ku Klux Klan. Criada por veteranos sulistas da Guerrra de Secessão, essa sociedade secreta tentou impedir, a qualquer custo, que os negros exercessem seus direitos após o fim da escravidão. Recorrendo a meios extremos, como a tortura e o linchamento  de pessoas de origem africana, integrantes da Ku Klux Klan, mascarados e encapuzados, passaram a espalhar o terror no Sul do país, assassinando, indiscriminadamente, homens, mulheres e crianças.
    Em 1877, a justiça norte-americana proibiu o funcionamento da organização, que ainda assim continuou a agir na clandestinidade. Prova disso é que, nos anos 1920, a Ku Klux Klan chegou a reunir em suas fileiras 1 milhão de defensores da segregagação racial. Ainda hoje ocorrem nos Estados Unidos ações anti-raciais isoladas, requícios do ódio articulado pela Ku Klux Klan.
   

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A GUERRA DE SECESSÃO - ( 1861 - 1865 )

    A região Norte dos Estados Unidos era, a mais industrializada do país, em contraste com os estados do Sul, predominantemente agrícolas. A principal caracteristica das zonas rurais sulinas consistia na plantation, grandes propriedade monocultora, cuja produção, voltada para a exportação, dependia do trabalho escravo. O sul produzia grande quantidade de algodão, exportado principalmente para a Inglaterra, onde era utilizado na indústria têxtil em franca expansão.
   A burguesia do Norte do país fazia restrições aos senhores de terras do Sul. A maior crítica dizia respeito ao trabalho escravo, que acreditavam, deveria ser extinto e gradativamente substituído pelo trabalho assalariado; dessa forma os trabalhadores sulistas poderiam comprar os produtos fabricados no Norte. Além disso, a população do Norte apoiava o protecionismo alfandegário, isto é, o aumento das taxas de importação, para que os produtos nacionais comcorressem no mercado interno em igualdade de condições com os produtos ingleses e de outras procedências.
    A aristocracia rural do Sul, interesssada em continuar   vendendo seus produtos á Inglaterra e importando os artigos manufaturados de que necessitava, batia de frente com o Norte ao defender o livre-cambismo, ou seja, uma política de liberdade comercial sem taxa protecionistas.
    Em meio a esses embates, em 1860 foi eleito presidente o nortista Abraham Lincoln, membro do partido Republicano. Adepto de uma política protecionista e opunha-se á escravidão e a ao espírito autonomista dominante nos estados do Sul. A reação das elites na Carolina do Sul, um  dos estados escravistas, foi proclamar sua separação do restante do país. Em seguida, dez outros estados sulistas fizeram o mesmo. Juntos, formaram os Estados Confederados da América.
    Em 12 de abril de 1861, tropas confederadas tomaram de assalto o forte Sumter, na Carolina do Sul, três dias depois, Licoln declarou  guerra á  Confederação. O conflito seria mais tarde considerado a primeira das grandes guerras modernas, com um saldo de 620 mil mortos.
   

ESTADOS UNIDOS A MARCHA PARA O OESTE E A EXPANSÃO TERRITORIAL

   Em 1783, a Paz de Versalhes pôs fim  Guerra de Independência dos Estados Unidos contra a Inglaterra. Durante o conflito, os norte-amaricanos avançaram para o oeste. Esse terrotório fora conquistado aos índios pela Inglaterra, mas a Paz de Versalhes reconheceu a soberania americana sobre ele.
   A expansão territorial prosseguia a todo vapor. Continuava o fluxo migratório para o Oeste, um território hostil devido ás condições naturais adversas e á maciça presença de índios, mas ao mesmo tempo atraente por possibilitar a formação de grandes fortunas a partir da exploração do ouro ou da criação de gado. A ocupação desse território se tornou lendária na história do país e foi chamada de Marcha para o Oeste. O governo decidiu investir maciçamente na compra e na conquista de novos territórios.
  Em  1803, por exemplo, comprou da França o território da Louisiana. Mais tarde, em 1819, adiquiriu da Espanha, por 5 milhões de dólares, a região da Flórida. Em 1846, conseguiu que a Inglaterra lhe cedesse o Oregon. E, por fim, em 1867, comprou o Alasca á Rússia por pouco mais de 7 milhões de dólares.
   Em 1845, os Estados Unidos anexaram o Texas a seu território, o que foi o estopim da guerra contra o México no ano seguinte. Após a guerra o México perdeu o Texas e cedeu ao poderoso vizinho do norte as regiões da Califórnia, Colorado, Novo México, Nevada, Utah e Arizona, recebendo a título de pagamento cerca de 15 milhões de dólares.
   Com a expansão, os Estados Unidos se tornaram um dos maiores países do mundo. Dotado de enormes reservas de recursos naturais, seu território se estendia agora do oceano Atlântico ao oceano Pacífico.
   

sábado, 11 de fevereiro de 2012

ESTADOS UNIDOS - NORTE INDUSTRIALIZADO E SUL ESCRAVOCRATA

   Á época da independência, o território dos Estados Unidos era composto de treze estados, as antigas colônias inglesas. Em 1860, esse número tinha aumentado para 35, o que revela o rápido processo de expansão territorial da jovem nação. Sua população, que em 1790 atingia cerca de 4 milhões de habitantes, saltou para 50 milhões em 1880. Ao lado do impressionante crescimento populacional, o país convivia também com intenso desenvolvimento econômico.
   A expansão da economia, porém, se dava de forma desigual. Enquanto os estados do Norte eram tomados por rápido processo de industrialização e urbanização, os do sul seguiam se dedicando a atividades agrícolas, com claro predomínio da vida rural. Outro contraste marcava as duas regiões. No Norte, a economia crescera baseada no trabalho assalariado livre. No sul, ao contrário, as relações de produção se caracterizavam pela presença esmagadora do trabalho escravo. Essa dicotomia provocava conflitos constantes entre senhores de escravos do sul e as populações urbansa do norte. Em 1861, as tensões acumuladas explodiram, dando início á Guerra de Secessão, que se prolongaria até 1865.

A COMUNA DE PARIS

   A guerra franco-prussiana mobilizou sentimentos nacionalisma de ambos os lados. Em Paris, a paixão nacional foi exacerbada pela capitulação do imperador e pela arrogância com que os prussianos trataram a França, ao proclamar o Segundo Reich no palácio de Versalhes. A esse ressentimento os operários de Paris juntaram o ódio de classe, responsabilizando a burguesia pelos resultados da guerra. Em março de 1871, paixões e ressentimentos tomaram a forma de rebelião operária e popular. Indignados, os trabalhadores da capital pegaram em armas e criaram a Comuna de Paris.
   A Comuna era  um órgão de governo formado por representantes da população trabalhadora, eleitos por voto direto. Seus componentes vinham de grupos políticos radicais e socialistas. Considerada por muitos historiadores a primeira experiência de revolução proletária vitoriosa, a Comuna de Paris proclamou a igualdade civil entre homens e mulheres, instituiu pensões para órfãos e viúvas, aboliu o trabalho noturno nas padarias e adotou a bandeira vermelha como símbolo da "República social".
   Embora fosse apoiada pelos trabalhadores de Paris, a Comuna não conseguiu atrair a simpatia da maioria da população, composta de camponeses, e tinha contra si o ódio dos grupos dominantes. Estes formaram seu proprio governo em Versalhes, armaram um exército e marcharam sobre a capital revolucionária, ocupando-a em 21 de maio de 1871. Na repressão que se seguiu, 20 mil revolucionários foram mortos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A UNIFICAÇÃO ALEMÃ

  Durante as guerras napoleônicas, Bonaparte dissolveu o antigo Império Romano-Germânico e criou, em seu lugar, a Confederação do Reno. Com a derrota do imperador francês, o Congresso de Viena determinou a formação da Confederação Germânica, um aglomerado de 39 Estados divididos entre as lideranças da Prússia e da Áustria ( ou Império Austro-Hungaro).
   Por volta de 1860, a Prússia encontrava-se em pleno processo de industrializaçao. Mas o grupo dominante na região não era formado pela burguesia, e si por grandes latifundiários, os Junkers,, entre os quais o rei Guilherme I escolheria, em 1862, seu primeiro-ministro, Otto Von Bismarck, que  seria o responsável pela unificação alemã.
   Ao assumir o cargo, Bismarck adotou medidas para acelerar o desemvolvimento industrial. Ampliou a malha ferroviária, que passou de 2 mil para 11 mil Km entre 1860 e 1870, e estimulou a siderurgia e a indústria metalúrgica. Ao mesmo tempo, modernizou o exército, pois sabia que a unificação do país passaria necessariamente pela guerra. Políticamente, Bismarck favoreceu a aliança entre a burguesia industrial e a nobreza latifundiária.
  Em  18 de janeiro de 1871, representantes dos Estados germânicos proclamaram em Versalhes, perto de Paris, a criação do Segundo Reich (Segundo Império) alemão, sob a égide de Guilherme I (O primeiro Reich havia sido o Sacro Império Romano-Germânico). Com a humilhação imposta á França, consumou-se, finalmente, a unificação da Alemanha.

SURGE A ITÁLIA

   Por volta de 1830, a peninsula Itálica encontrava-se dividida em vários pequenos reinos e ducados, muitos deles sob domínio estrageiro. Os reinos de Milão e de Veneza e os ducados de Modena e da Toscana, por exemplo, estavam submetidos ao Império Austríaco. No sul, o Reino das duas Sicílias, considerado autônomo, era governado por um membro do ramo espanhol da dinastia dos Bourbon, de origem francesa. Outro Estado independente, mas sob constante vigilância da Áustria, era o Reino do Piemonte-Sardenha, situado no norte da península e governado pela dinastia de Savóia. Já os Estados Pontifícios gozavam de autonomia sob o poder do papa.
   Em 1848, sob o impacto do movimento revolucionário na França, diversos desses territórios foram agitados por manifestações em defesa da independência e da unificação da península. Durante as lutas, duas tendência se delinearam. Um delas, formada por republicanos, tinha como líder Giuseppe Garibaldi. A outra, composta de monarquistas, contava com o apoio do rei do Piemont-Sardenha. Seu principal articulador era o conde Camilo Cavour, que divulgava sua proposta de unificação pelo jornal Risorgimento.
   Covour aliou-se ao republicano Garibaldi, que havia participado das revoluções liberais de 1830 e 1848 e lutado no Brasil a favor da República dos Farrapos, entre 1835 e 1845. Em 1860, Garibaldi liderou uma insurreição popular vitoriosa no Reino das Duas Sicílias. O rei Fernando II foi destronado e, por meio de um plebiscito, a região acabou sendo incorporada ao Piemonte. Seis anos depois, os italianos apoiaram a Prússia na guerra contra a Áustria. Com a vitória prussiana, veneza passou a fazer parte do novo país, cuja unificação se consumou em 1870, ano em que o exército italiano invadiu os Estados Pontifícios, incorporando-os á Itália.

  

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ANARQUISMO

   Outra corrente ideológica importante entre os operários do século XIX foi o anarquismo, que lutava por um tipo de sociedade sem Estado e sem propriedade privada.  O mais importante teórico anarquista foi o russo Mikail Bakunin. Bakunin era partidário  da violência revolucionária e aconselhava seus adeptos a recorrer até aos atentados individuais contra a vida dos governantes.
   Os anarquistas, conhecidos também como libertários, opunham-se a todo tipo de governo, inclusive á ditadura do proletariado, preconizando a liberdade geral e a supressão imediata do Estado.
   Uma variante expressiva do anarquismo foi o anarcossindicalismo, que defendia a união entre as ideias libertárias e o movimento sindical. Essa tendência foi particulamente forte na Espanha.

SOCIALISMO CIENTÍFICO

   As idéias socialistas,contudo tomariam novo rumo com dois pensadores de origem germânica, que procederiam a uma crítica radical  do capitalismo, procurando criar uma doutrina que fosse, ao mesmo tempo, cientifica e revolucionária. Esses pensadores eram Karl Marx e Friedrich Engels. Eles fundaram uma corrente de pensamento a qual deram o nome de socialismo científico ou comunismo. Em 1848, lançaram o Manifesto do Partido Comunista, que teve profundas e duradoras repercussões no movimento operário e socialista internacional. Para Marx e Engels, o capitalismo estava condenado á extinção, assim como havia desaparecido também o feudalismo e o escravismo, e o agente dessa extinção seria o proletariado, classe oposta á burguesia.
  Para a vitória do proletariado, era necessário organizar os trabalhadores e promover uma insurreição armada que levasse o partido comunista ao poder e criasse um Estado que destruísse a principal estrutura da sociedade burguesa: a propriedade privada dos meios de produção. No seu lugar, seria instituída a propriedade coletiva de todos os meios de produção. Esse Estado dos trabalhadores seria o primeiro estágio para a formação de uma sociedade sem classe e sem governo, a sociedade comunista.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

SOCIALISMO

   O contraste entre a miséria em que viviam os trabalhadores e a riqueza proporcionada pela produção industrial despertava revolta entre escritores, políticos e pensadores de origem burguesa. Indgnados com o que viam, alguns deles propunham reformas que instaurassem a justiça social e abrissem caminho para a formação de uma sociedade mais humana e igualitária.
  As doutrinas e os princípios defendidos por esses reformadores constituíram uma ideologia que se tornou conhecida como socislismo. Seu ponto de partida era a crítica ás desigualdade sociais criadas pelo sistema capitalista. Entretanto, havia entre os socialistas muitas diferença de opinião, o que originou vários grupos e diversas ideologia.
   Alguns socialistas argumentavam que só a luta político-eleitoral e parlamentar das classes trabalhadoras poderia conduzir a uma reforma da sociedade capitalista e á instauração do socialismo.
   Outra corrente de pensadores socialistas preocupava-se demais em idealizar um novo tipo de sociedade do que propor uma forma concreta para os trabalhadores conquistarem o poder. Esses pensadores ficaram conhecidos depois como socialistas utópicos. Os de maior destaque foram o inglês Robert Owen e os franceses Charles Fourier e Claude Saint-Simon.

MOVIMENTO OPERÁRIO - SÉCULO XIX

   As péssimas condições de vida e de trabalho provoram revolta e manifestações de descontentamento dos trabalhadores desde o  começo da Revolução Industrial. Uma delas foi a quebra de máquinas, promovida pelos luditas na Inglaterra, a partir de 1811.
  Mais tarde, quando surgiu o movimento cartista, os operários ingleses perceberam que o caminho para vencer a opressão e a miséria era o da luta política pela conquista de direitos ou o da disputa pelo poder do Estado.
  Na França sa principais forças atuantes entre os trabalhadores franceses eram o socialismo reformista, de Louis Blac, e o sociallismo revolucionário, de Auguste Blanqui.
   Nos  Estados germânicos, por sua vez, foi criada a Liga dos Justos, mais tarde Liga dos Comunistas, que sob a liderança de Karl Marx e Frieddrich Engels, teve importante participação na revolução de 1884.
   Aos poucos, essas lutas politicas e sindicais começaram a dar resultado. Por exemplo, a partir de 1833, na Inglaterra, fixaram-se limites para a jornada de trabalho de monores e de mulheres. Ficou então estabelecido que nenhuma criança com menos de treze anos poderia trabalhar mais do que nove horas por dia. Em 1842, houve outra conquista, as mulheres foram afastadas do trabalho das minas. No entanto, somente em 1874 os homens assistiriam á aprovação da lei da jornada de dez horas diárias. Já na França, a jornada de dez horas seria instituída apenas em 1892.
 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

BURGUESIA X PROLETARIADO

   A industrialização iniciada em meados do século XVIII deu origem a duas classes sociais bem diferentes: a burguesia e o proletariado. A burguesia, evidentemente, não foi criação da Revolução Industrial, pois ja existia desde o final da Idade Média. No entanto, com a industrialização, assumiu características inteiramente novas. Como a principal fonte de riqueza deixou de ser o comércio e passou a ser a produção de mercadorias, houve um fortalecimento da burguesia industrial, mais ligada á produção, com maior controle do poder e maior participação do Estado.
   As duas classes tinham como espaço comum as fábricas, pois ambas participavam da produção, a burguesia como gestora e a classe operária como executora das metas de produção. Mas havia entre elas um abismo de desigualdades sociais e diferenças culturais. Enquanto o trabalho dos operários era coletivo, a apropriação da riqueza produzida era individual; a maior parte ficava nas mãos do empresário capitalista.
    A vida imposta ao trabalhador pela produção em série era dura. As longas jornadas de trabalho chegavam até dezoito horas diárias.
  Durante muito tempo, as relações de trabalho não foram regulamentadas. Nas fábricas e minas, a jornada de trabalho se estendia por seis dias da semana. As menorees faltas por parte do trabalhador estavam sujeitas a multas e descontos.

A GÊNESE DO SOCIALISMO

   Como já havia ocorrido na França em 1830, a agitação revolucionária de 1848 espalhou-se como um incêndio por toda Europa. ma dessa vez novas forças entraram em ação. Enquanto em 1830 o movimento tinha sido liderado pela burguesia, em 1848 os operários é que partiram para conquistas específicas, levando a revolução a um ponto de radicalização que ameaçava os interesses dos grupos dominantes.
    Naquele momento, a grande novidade das revoluções ficou por conta da entrada em cena do socialismo, conjunto de idéias defendidas por instituições e pessoas que agiam como representantes dos trabalhadores.
    Da mesma forma que as revoluções de 1830, as de 1848 também foram derrotadas e seguida de um  período de afirmação das forças reacionárias e conservadoras.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

FRANÇA - A SEGUNDA REPÚBLICA

   Luís Filipe governou a França segundo os interesses da alta burguesia financeira (banqueiros). Em 1847, seus adversários - operários, republicanos e bonapartistas - uniram-se para exigir uma reforma eleitoral. Em fevereiro do ano seguinte, como o governo se negasse a fazer a reforma, os trabalhadores de Paris, aliados a setores das classes  médias e da burguesia, pegaram em armas contra o rei que abdicou do trono e fugiu da cidade. Os oposicionistas formaram, então, um governo provisório e proclamaram a Segunda República francesa.
  Na pratica, porém, pouca coisa mudou, pois quem assumiu realmente o comando do novo regime foi, mais uma vez, a burguesia. Em junho de 1884, insastisfeito com algumas medidas do governo, os operários de Paris levantaram barricadas nas ruas da cidade. A resposta do poder republicano veio em forma de violenta repressão e deixou um saldo de 2 mil mortos, 15 mil presos e 4 mil revoltosos deportados para colônias distantes.
   Em dezembro de 1848, as eleições presidenciais deram a vitória a Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão que também tinha aspirações imperiais. Três anos depois, antes de concluir seu mandato, Bonaparte deu um golpe de Estado e se declarou imperador dos franceses com o título de Napoleão III. Terminada a Segunda República, começava o Segundo Império, que duraria até 1870.

REVOLUÇÃO DE 1830

    Em 1830 governava a França o rei Carlos X, que havia sucedido em 1824 seu irmão Luís XVIII. Na eleições de 1830, a oposição conseguiu maioria na Câmara. Carlos X, então, dissolveu o poder Legislativo, restringiu ainda mais o direito de voto e aumentou a censura á impresa. Imediatamente, a população da capital se rebelou contra as medidas e, durante três dias, combateu as forças do governo, até vencê-las. A Carlos X não restou outra saída senão abdicar e fugir para a Inglaterra. Essa era a oportunidade que faltava para que alguns parlamentares, representantes da burguesia, colocassem no trono o duque de Orléans, Luís Filipe, parente distante dos Bourbon.
  Da  França, a onda revolucionária se espalhou pela Europa, provocando levante na Bélgica, na península Itálica, na Polônia, na Espanha e em outras regiões. Com o apoio da Inglaterra, os belgas - subjugados á Holanda desde o Congresso de Viena - conseguiram proclamar a Independência e constituir uma monarquia constitucional.
   Já no caso da península Itálica, as agitações envolveram diversos territórios, mas foram sufocadas pelas forças da Áustria, que agia em nome da Santa Aliança. Também na Polônia, o movimento liberal sofreu o mesmo destino sob as baionetas das tropas russas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

RESTAURAÇÃO - EUROPA

   Em 1815, com a derrota definitiva dos exércitos de Napoleão, o Congresso de Viena procurou imprimir um novo rumo aos destinos da Europa, adotando os princípios da restauração e da legitimidade. Conforme o primeiro princípio, era preciso restabelecer o Antigo Regine na França e em outros países. De acordo com o segundo, essa restauração deveria se traduzir no retorno ao trono dos legítimos herdeiros das dinastias governantes no período anterior á Revolução Francesa.
  Ao mesmo tempo, aproveitando o clima claramente reacionário do Congresso, três das mais poderosas monarquias participantes - Rússia, Austria e Prússia - firmaram um tratado pelo qual criaram um instrumento internacional destinado a combater novos movimentos revolucionários na Europa e na América. Esse instrumento denominava-se Santa Aliança.
  Na França, berço da revolução, as decisões do Congresso de Viena promoveram o retorno ao poder da dinastia dos Bourbon, cujo herdeiro assumiu o trono como o nome de Luís XVIII.
  A restauração rapidamente ganhou terreno, alcançando outros países europeus. Na Espanha, Fernando VII, afastado do trono por Napoleão em 1808, voltou ao poder. Na península Itálica, que fora quase inteiramente unificada sob o exército invasor de Napoleão, os antigos soberanos locais reassumiram o  governo.
    

O NACIONALISMO DO SÉCULO XIX

   Floresceu no seculo XIX, não só na Europa mas também em outros continentes, um forte sentimeto de identidade cultural e étnica entre os membros de uma mesma nação. Esse sentimento, que estabelecia uma ligação muito estreita entre os indivíduos e a nação a que pertenciam, foi mais tarde denominada nacionalismo. Utilizado na política e na economia, ele nunca perderia, contudo, seu caráter fortemente emocional.
   O nacionalismo tem sua origem na percepção pela qual as pessoas se sentem unidas por uma mesma cultura e por uma origem étnica e um destino comuns. Durante a Revoluçao Francesa, esse sentimento surgiu ligado á defesa das conquistas revolucionárias contra a agressão das monarquias estrageiras que pretendiam restaurar na França o Antigo Regime.
   Nas colônias americanas, o sentimento nacionalista surgiu com os movimentos de independência que reivindicaram para determinadas regiões o direito de se construir em nação independente. Era, portanto, um movimento de afirmação de valores nacionais contra a dominação esterna exercida pelas metrópoles.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

LIBERALISMO E DEMOCRACIA

   Embora  atualmente seja confudido com a noção de democracia, o liberalismo não era, no início, uma teoria de caráter democrático. A democracia é uma forma de organização política da sociedade baseada no princípio da participaçao da maioria e da igualdade. Esse princípio se manifesta, entre outro temas, no sufrágio universal - no direito ao voto atribuído a todas as pessoas - e determina que todos sejam considerados iguais perante a lei e tenham as mesmas oportunidades, sem privilégios de nascimento, etnia, sexo, credo religioso etc.
   Já o liberalismo e uma teoria da liberdade política e econômica. Em suas origen, pregava a plena realização da liberdade de mercado, o Estado de direito - ou seja, o Estado regido por uma Constituiçao livremente votada pelos representantes ou integrantes da nação - e a divisão de poderes entre o Executivo, o Legislativo e o judiciário.
   
    

LIBERALISMO

   A palavra liberalismo surgiu após a Revolução Francesa para designar um conjunto de doutrinas e idéias políticas e econômicas que defendiam os conceitos de liberdade e autonomia individual. Como teoria, porém, as origens do pensamento liberal estão na obra de John Lock (1632-17040), filósofo e cientista político intimamente ligado á Revolução Gloriosa de 1688-1689 na Inglaterra. Na França, seu ponto de partida foram as reflexões de Montesquieu e dos pensadores iluministas  sobre o Estado e os direitos naturais,
   Jonh Loch e os iluministas acreditavam que a liberdade consiste em um direito natural, inerente a todos os seres humanos desde o nascimento. A função do Estado seria defender e proteger essa liberdade, assim como outros direitos inatos ao ser humano, entre os quais o de propriedade, o de consciência e o  de livre manifestação do pensamento. Esses princípios formaram a base do liberalismo político onde quer que e tenha se manifestado.